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​João Paulo II e o Escapulário do Carmo

“O rico património mariano do Carmelo tornou-se no tempo um tesouro para toda a Igreja” 

 

(Extracto da mensagem do Papa João Paulo II dirigida “À Ordem do Carmelo por ocasião da dedicação do ano de 2001 à Virgem Maria” nos 750 anos do Escapulário do Carmo – 25 de Março 2001 

 

O rico património mariano do Carmelo tomouse, no tempo, através da difusão da devoção do Santo Escapulário, um tesouro para toda a Igreja. Pela sua simplicidade, pelo seu valor antropológico e pela relação com o papel de Maria em relação à Igreja e à humanidade, esta devoção foi profunda e amplamente recebida pelo povo de Deus, a ponto de encontrar a sua expressão na memória de 16 de Julho, presente no Calendário litúrgico da Igreja universal.  

 

No sinal do Escapulário evidencia-se uma síntese eficaz de espiritualidade mariana, que alimenta a devoção dos crentes, tornandoos sensíveis à presença amorosa da Virgem Mãe na sua vida. O Escapulário é essencialmente um «hábito». Quem o recebe é agregado ou associado num grau mais ou menos íntimo à Ordem do Carmelo, dedicado ao serviço de Nossa Senhora para o bem de toda a Igreja (cf. Fórmula da imposição do Escapulário, no «Rito da Bênção e imposição do Escapulário», aprovado pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, 5-1-1996). Por conseguinte, quem veste o Escapulário é introduzido na terra do Carmelo, para que «coma os seus frutos e produtos» (cf. Jer 2, 7), e experimente a presença doce e materna de Maria, no empenho quotidiano de se revestir interiormente de Jesus Cristo e de o manifestar vivo em si para o bem da Igreja e de toda a humanidade (cf. Fórmula da imposição do Escapulário).  

 

São portanto duas as verdades dadas no sinal do Escapulário: por um lado, a protecção contínua da Virgem Santíssima, não só ao longo do caminho da vida, mas também no momento da passagem para a plenitude da glória eterna; por outro, a consciência de que a devoção a Ela não se pode limitar a orações e obséquios em sua honra em algumas circunstâncias, mas deve constituir um «hábito», isto é, um ponto de referência permanente do seu comportamento cristão, tecido de oração e de vida interior, mediante a prática frequente dos Sacramentos e o exercício concreto das obras de misericórdia espiritual e corporal. Desta forma o Escapulário tornase sinal de «aliança» e de comunhão recíproca entre Maria e os fiéis: de facto, ele traduz de maneira concreta a entrega que Jesus, na cruz, fez a João, e nele a todos nós, da sua Mãe, e o acto de confiar o seu apóstolo predilecto e a nós a Ela, constituída nossa Mãe espiritual.  

Desta espiritualidade mariana, que plasma interiormente as pessoas e as configura com Cristo, primogénito de muitos irmãos, são um maravilhoso exemplo os testemunhos de santidade e de sabedoria de tantos Santos e Santas do Carmelo, todos crescidos à sombra e sob a tutela da Mãe.  

Também eu levo no meu coração, desde há muito tempo, o Escapulário do Carmo! Pelo amor que nutro pela Mãe celeste de todos nós, cuja protecção experimento continuamente, desejo que este ano mariano ajude todos os religiosos e religiosas do Carmelo e piedosos fiéis que a veneram filialmente, a crescer no seu amor e a irradiar no mundo a presença desta Mulher do silêncio e da oração, invocada como Mãe da misericórdia, Mãe da esperança e da graça.  

Com estes votos, concedo de bom grado a Bênção apostólica a todos os frades, monjas, irmãos, leigos e leigas da Família carmelita, que tanto se empenham para difundir entre o povo de Deus a verdadeira devoção a Maria, Estrela do mar e Flor do Carmelo! 

 

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