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Fundação do Carmelo de São José em Ávila

  • 24 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

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“Mestra de oração” e “fundadora” são os dois títulos universalmente atribuídos à Santa Teresa de Ávila. O título de “fundadora” foi-lhe atribuído pelas próprias religiosas dos Carmelos da sua reforma, ainda durante a vida de Teresa neste mundo. No dia 24 de agosto de 1562, dia de S. Bartolomeu, coloca-se o Santíssimo Sacramento na primeira fundação, o pequeno Mosteiro de São José, onde Teresa dá o hábito a “quatro órfãs pobres e grandes servas de Deus”.

Corria o ano de 1560 quando, no Mosteiro da Encarnação, se iniciam os primeiros passos da grande aventura das fundações do Carmelo teresiano em Espanha. Teresa encontrava-se já no período de uma “vida nova”, desde um encontro com o Senhor que a fortalece e converte definitivamente. «A partir daquele dia fiquei muito determinada a deixar tudo por Deus porque, naquele momento, parece-me que Ele só quis que a Sua serva ficasse outra» (Vida, 24, 5-8). No Mosteiro da Encarnação não se guardava a Regra carmelita primitiva; o convento oferecia um bem-estar agradável e as monjas saíam frequentemente. Na confortável cela de Teresa, reunia-se um pequeno grupo de religiosas e jovens leigas, que evocavam o estilo de vida das Descalças franciscanas, e a possibilidade de fazer o mesmo num convento carmelita. Teresa apoiava a ideia, mas «por outro lado, não me acabava de resolver porque me sentia muito satisfeita no mosteiro onde estava. Na verdade, tanto o mosteiro como a minha cela agradavam-me muito.» (V, 32, 10). Mais uma vez, a decisão vem de Deus. «Um dia, depois de comungar, Sua Majestade insistiu muito para que avançasse com todas as minhas forças. E deixou-me grandes promessas: o mosteiro iria ser construído e Deus muito servido nele; que lhe pusesse o nome de S. José, pois uma das portas seria guardada por ele, a outra por Nossa Senhora e Cristo andaria connosco.» (V, 32,11). Fica ainda com dúvidas sobre o modo de atuar, pois era um projeto penoso para ela. O Senhor insiste mais umas vezes, até Teresa se resolver a contar tudo ao confessor.

Teresa descreveu todo o complexo processo da fundação do Carmelo de S. José em Ávila no Livro da Vida (Cap. 32 a 37). Com a idade de 47 anos e 27 de vida religiosa, Teresa de Jesus inicia um novo momento carismática da sua vida como fundadora. Por enquanto, tem que voltar ao Mosteiro da Encarnação, regressando definitivamente ao Carmelo de S. José nos finais do ano. Teresa passa aqui os anos “mais descansados” da sua vida, na companhia da pequena comunidade de doze carmelitas (Fundações, 1). Salienta a paz, a simplicidade, o fervor e a obediência das “donzelas religiosas de pouca idade”, com toda a repercussão que este ambiente teve na sua alma. Aí a Santa escreve por obediência duas obras fundamentais: uma nova redacção do Livro da Vida, testemunho da sua experiência de Deus, que termina nos finais de 1565, e o Caminho da Perfeição (1566-67), onde a sua experiência de Deus toma a forma de um tratado espiritual com a sua pedagogia para a oração mental. Em agosto de 1567, sai de Ávila para fundar o Carmelo de Medina, prosseguindo até ao fim da vida uma intensa actividade fundacional.

 
 
 

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                                                                                                      E-mail: carmelosecular@carmelitas.pt

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